Nunca é tarde demais para se pensar no futuro e quando alguns já estão falando de uma saída próxima da crise em vários países, de uma volta progressiva ao “normal” a questão é saber como se preparar para isso, tanto individualmente, pois ninguém pode excluir possíveis contratempos – morais, motivacionais e sanitários – que serão […]
Nunca é tarde demais para se pensar no futuro e quando alguns já estão falando de uma saída próxima da crise em vários países, de uma volta progressiva ao “normal” a questão é saber como se preparar para isso, tanto individualmente, pois ninguém pode excluir possíveis contratempos – morais, motivacionais e sanitários – que serão necessários tratar, quanto coletivamente, ao nível das empresas, associações, etc. Todos precisarão, simultaneamente, fazer um “inventário da situação”, preparar e recolocar em rota suas atividades, e repensar rapidamente o futuro imediato e de médio prazo da empresa.
Diversas pessoas começam a afirmar que o mundo pós crise será bem diferente do mundo de antes. Talvez tenham razão, talvez não! Debater essa questão atualmente é sem dúvida necessário e muito interessante, mas antes que possamos conciliar as visões de uns e de outros, o risco é de demorar muito sem ter a certeza de encontrar soluções agradando todos. Consequentemente, em vista uma próxima retomada da economia com um retorno ao pleno emprego as empresas precisam se preparar já. Participando ativamente da recuperação rápida da economia, conseguiremos juntos evitar uma agravação da grande crise social em que vivemos, da qual pode desencadear uma possível crise de segurança, e por fim política.
Então, como devemos nos preparar para essa retomada? Quais soluções podemos considerar? Que reflexões devemos fazer? Quais as primeiras medidas a tomar com o retorno da atividade na empresa? Etc.
Para responder a essas diferentes questões, nós propomos uma abordagem que se fundamenta em quatro pilares, dos quais serão mais detalhados nos próximos dias:
* Manter um diário de bordo da crise com o objetivo de armazenar, durante todo esse período, informações importantes que podem impactar as atividades da empresa a curto, médio e longo prazo, as novas práticas de gestão, de gerência e comunicação, as emoções individuais e coletivas, os temas de tensão, etc.
* Preparar o retorno dos funcionários na empresa com o objetivo de comemorar o retorno a vida “normal”, apreciar a felicidade estarem todos juntos de novo, liberar a palavra e a expressão das emoções para poder se necessários identificar e tratar possíveis traumas (por exemplo: perdas de familiares e /ou de colegas de trabalho devido a morte ou desemprego), reorganizar o trabalho a curto prazo.
* Organizar o retorno de experiência com o objetivo de retirar os aprendizados da crise, explorando especialmente os jornais de bordo.
* Revisar de forma aprofundada as estratégias e planos de desenvolvimento previstos para 2020 com o objetivo de repensá-los a partir das novas perspectivas macroeconômicas e do ramo de atividade, da situação exata da empresa, tanto no plano externo (ex: concorrência) quanto no plano interno (ex: resultados financeiros), a chegada de novos paradigmas, ferramentas e concorrentes, etc.
O DIÁRIO DE BORDO DA CRISE…
Como fazer com que essa crise não seja em vão? Como evoluímos? Como retirar os aprendizados necessários para pôr a vida de volta nos eixos, pensar e agir com mais propriedade?
Para não perder esse material tão precioso que é a memoria, manter um Diário de Bordo da crise é/pode ser um meio lúdico e útil para armazenar os fatos, eventos, informações importantes, nossas práticas, percepções, emoções, etc. lhes estruturando entorno de algumas temáticas chaves para facilitar o seu aprofundamento depois da crise.
No desenho ao lado, em paralelo às temáticas sugeridas, está formalizado um “ecossistema clássico” no qual a maioria dos gestores trabalham, de forma a não esquecer de nenhuma dimensão do ambiente, lhe incitando a pensar de forma sistêmica.
Sua utilização pode ser diária ou semanal, sendo o aproveitar desse momento excepcional para se conhecer melhor, tanto no aspecto comportamental quanto nas formas de agir nos diferentes contextos em que decidida em função das necessidades e ritmos de cada um. O importante é sempre alimentá-lo visando/procurando os benefícios abaixo:
* Se assegurar de não perder nenhuma informação importante nesse período
* Estruturar a informação para a deixar mais fácil de se explorar posteriormente
* Analisar suas atuações do dia a dia para progredir nas suas próprias práticas (não é necessário esperar o fim da crise para se aperfeiçoar!)
* Introduzir uma prática de autodiagnóstico, para que no futuro, o gestor possa fazer um balanço regularmente sobre as atividades de sua responsabilidade
O Diário de Bordo pode se articular a partir dos seguintes elementos e que você pode enriquecer em função das suas necessidades e da sua realidade:
* Um memorando dos interlocutores os mais comuns do ecossistema do líder
* Das práticas permitindo o funcionamento da unidade de trabalho
* Sua percepção do clima organizacional e de suas próprias emoções
* Das perguntas e/ou surpresas encontradas
* Dos projetos /atividades / tarefas a postergar ou a cancelar
* Das informações coletadas (artigos, vídeos, lives, etc.)